Redação no Enem: Objetividade e Clareza
Camila Dalla Pozza
Primeiramente, o candidato ao Enem ou a qualquer outro exame ou vestibular não deve pensar no corretor no momento de escrever a sua redação, seja ela de que tipo textual ou gênero for. Um leitor universal deve ser imaginado, ou seja, qualquer pessoa deve ser capaz de ler e de compreender o texto que está sendo escrito e, por isso, a objetividade e a clareza são tão importantes, já que o leitor pode ser qualquer um e de qualquer lugar.
Ao longo do trabalho de avaliação e correção no Curso de Redação
do infoEnem, venho percebendo algumas tendências equivocadas de alguns
alunos ao escreverem suas dissertações-argumentativas e, duas delas, é a
falta de objetividade e de clareza ao tratarem dos temas das propostas de redação.
Vários
alunos pensam que empregar palavras pouco usuais ou escrever de modo
“difícil” e rebuscado é o mais adequado, pois pode chamar a atenção do
corretor e demonstrar uma possível complexidade, mas isso é um equívoco.
Na grande maioria das vezes, essa escrita complicada resulta em falta
de objetividade e clareza, pois o texto fica circular, isto é, não nos diz nada no fim das contas e deixa o leitor com lacunas e dúvidas.
Primeiramente, o candidato ao Enem ou a qualquer outro exame ou vestibular não deve pensar no corretor no momento de escrever a sua redação, seja ela de que tipo textual ou gênero for. Um leitor universal deve ser imaginado, ou seja, qualquer pessoa deve ser capaz de ler e de compreender o texto que está sendo escrito e, por isso, a objetividade e a clareza são tão importantes, já que o leitor pode ser qualquer um e de qualquer lugar.
Neste sentido, mesmo que brevemente, por
questões de espaço, tudo deve ser explicado e justificado ao seu leitor;
o candidato nunca deve pressupor que seu leitor saiba do que está sendo
posto nem é obrigado a adivinhar o que o autor quis dizer. Para tanto, organização e planejamento
são fundamentais para que a dissertação-argumentativa desenvolva
profundamente, sem ultrapassar o limite de linhas, a tese do autor de
modo objetivo e claro ao leitor.
Outro equívoco cometido por alguns alunos é escrever de um modo muito abrangente,
quase filosófico quando, na verdade, normalmente, os temas das
propostas de redação do Enem são temas situados no contexto social,
histórico, político e cultural brasileiro e não no âmbito mundial,
internacional. O mais adequado é contextualizar o tema no cenário
brasileiro e não falar em “sociedades humanas”, em “civilização”, “ser
humano” etc.
As primeiras propostas de redação do Enem eram, de
fato, abrangentes, mas já há muito tempo elas são mais específicas e
restritas ao Brasil e isso deve ser levado em consideração no momento da
produção textual a fim de cumprir o tema e de demonstrar compreensão da
proposta de redação como um todo.
Portanto, simplicidade, objetividade, clareza e contextualização são quatro aspectos essenciais que não podem e não devem ser esquecidos pelos candidatos ao Enem 2015.
Até mais!
*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA
é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo
funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e
Redação. Foi corretora de redação em importantes universidades públicas.
Além disso, também participou de avaliações e produções de vários
materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da
Educação (MEC).
**Camila é colunista
semanal sobre redação do nosso portal. Seus textos são publicados todas
as quintas! Também é uma das professoras do Programa de Correção de Redação do infoEnem.
Fonte: https://www.infoenem.com.br/redacao-no-enem-objetividade-e-clareza/
Acesso em: 03 de agosto de 2015
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